segunda-feira, 24 de março de 2014

Scars of shame.

          Hoje eu lembrei de um vídeo que eu vi que  me deu uma "luz" sobre o nosso problema. É o trailer de um documentário que conta a história da Angie.
        Eu me identifiquei muito com ela quando ela fala das coisas que ela usou pra parar como unhas postiças, cortar a unha bem curta, cortar as pontas do dedo para doerem quando tiver coçando. (A imagem da mulher coçando a perna é como se eu tivesse olhando pra mim).
      Ela conta que usa outras ferramentas pontudas e fica cavucando porque, de uma forma irracional, ela acredita que está fazendo algo bom. É como eu me sinto querendo tirar um pelo encravado ou um "cravinho".
            Só achei muito triste o fim do trailer pois ela mostra um pensamento que muitos de nós temos ou já tivemos: suicídio.
             Não  vale a pena acabar com a vida por causa disso. Nossa pele não é o que nos define. Nós somos muito mais do que aparentamos e apesar dessa luta interna e esse segredo, nós podemos criar muito em vida. Eu falo isso pela minha experiência. 
             Eu sofro MUITO. Tem dias que é mais, tem dias que é menos. Mas eu SEI que tem muita gente no mundo escondendo um segredo e eu sou só mais uma aprendendo a viver com o meu.

Vale a pena assistir. 
 
*Hoje eu vou tentar marcar com outra psicóloga. Vamos ver se ela se interessa em pelo menos pesquisar sobre o assunto. haha *

5 comentários:

  1. Encontrei seu blog agora e gostei muito da forma como você escreve, contando sua história e explicando melhor sobre o assunto. Realmente, é algo tão pouco estudado que acredito que muita gente sofre e não sabe nem mesmo que é um problema.

    Eu também tenho dermatilomania. Não sei bem quando começou, mas já criança eu "cutucava" o couro cabeludo até machucar. E depois "cultivava" aquele machucado. Acredito que depois dos meus 15 anos é que o problema foi começando a piorar, com o surgimento da acne.

    Hoje, tenho 30 anos e cicatrizes e marcas no rosto e tronco. Alguns ferimentos duram meses pra cicatrizar. É horrível. Hoje, particularmente, estou me sentindo péssima.

    Estou em tratamento com psiquiatra e psicóloga pra depressão, mas nenhuma delas parece familiarizada com o assunto da dermatilomania. Mas não vou desistir.

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  2. A falta de conhecimento por parte dos médicos acaba desanimando muito. Já é muito vergonhoso admitir um problema e procurar ajuda, imagina quando você sabe que o outro não vai entender o problema e vai querer tratar como se fosse outro?
    É muito frustrante :(
    Não podemos perder as esperanças!
    Muito obrigada pelo comentário, é muito bom ver outras pessoas compartilhando!

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  3. Oi, também tenho skin picking há anos. Sei como é difícil, hoje mesmo me machuquei, estava há uns 2 meses quase sem me machucar e hoje tive "uma crise daquelas", machuco tudo onde tem bolinhas, peito, costas e rosto. Minha pele é cheia de marcas, manchas e cicatrizes. Me bate um alívio quando faço e depois me vem total arrependimento, culpa e vergonha. Meu namorado sabe, mas igual sempre que ele olha, morro de vergonha. Faço tratamento com psiquiatra (terapia 1x por semana) e uso como medicação Quetiapina pra aliviar a ansiedade. Tenho 21 anos e não sei quando vou conseguir parar para sempre. Eu consigo ficar um bom tempo sem, mas se me bate um nervosismo incontrolável, não consigo evitar. Você tem progredido com o tempo? Beijos e melhoras pra nós, Camila

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    1. Camila. Quando eu comecei a ler o que você escreveu, senti que era a minha história.
      Eu tenho 23 anos e estou sempre fazendo tratamento. Fico até um bom tempo sem machucar, mas se acontece alguma coisa que me abale mais, já era.
      Meu noivo sabe e até me repreende quando me vê vendo tv e tirando uma casquinha sem nem notar. MORRO de vergonha também e sinceramente não vejo uma cura.
      Posso te animar com uma coisa. Apesar de não acreditar numa cura, eu tenho o exemplo da minha mãe e irmã que diminuíram tanto a frenquencia e intensidade das "cutucadas" que hoje nem apresentam marcas no corpo mais. Em épocas de mais ansiedade até dá pra ver elas coçando um pouco, com alguns machucadinhos(poucos) superficiais, mas nada que cause constrangimento (como no meu caso). Eu tenho a esperança de chegar nesse ponto!
      Estou programando meu casamento. Imagine a minha ansiedade. O pior é que me vejo dentro de um ciclo: eu fico nervosa e cutuco, dai dps de cutucar eu fico mais nervosa ainda pq vou ficar muito marcada no casamento e aí cutuco mais ainda.
      Não vou parar de tentar. Falo aqui o que der mais efeito!
      Vamos conseguir!!! Se tiver alguma dica, me avise!

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    2. Quando eu li a primeira vez o blog, achei q fosse eu q tivesse escrito. Nossas histórias são muito parecidas. Com a terapia também fico um tempo sem me machucar e agora estou tomando medicação também. Me formei esse ano em janeiro e graças a Deus não tinha um machucado, mas precisei de muito esforço, fiquei praticamente 1 mês sem me machucar até a formatura, claro que depois né, no primeiro estresse coloquei tudo por água abaixo. Mas te digo, foca que é o seu casamento, um dia importante q vc vai conseguir. Quando eu foco em algo, consigo me controlar mais, mas ainda tenho recaídas, o q me deixa muito mal comigo mesma. Boa sorte, vamos nos falando. Camila

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